13 de março de 2013

Almoço de livraria




Eu queria mudar o mundo
E queria ser boa em tudo.
E ao mesmo tempo
Queria só um desenho de uma árvore com pássaros
Pra amaciar o coração.
Ele anda muito duro, meio bruto
A cidade me arrancou toda a emoção.
Eu não sou mais à flor da pele
Nem mais escrevo bonito
Eu não sinto nada forte
A não ser a angustia
E a vontade do grito.
O que eu sei
É que encontrei um amor
E com ele sou feliz,
Mas ainda me falta a música
Ou até mesmo ser atriz.
A aura de arte que eu tinha
O mundo arrancou
E a vida trancou em uma latinha.

3 de janeiro de 2013

Bem ferida


É justamente quando entro nesse beco que a ardência, antes quieta, do estômago ressurge. Quase como se fosse um bicho se contorcendo dentro de mim. Pois é bem isso. Eu e o bicho em agonia. E não sei mais como resolver. Se eu tivesse alguma fé olharia para o céu, mas como desconfio até de mim, em que posso acreditar?
De novo essa tremedeira que não sabe se é de calor ou de frio me paralisa. Não. Não sei se paralisa. Acho que na verdade tratasse de um nervoso estático, um que não sabe me dizer o por que, o por que, o por que e o porque.
Socorro, gente. Acho que a fera adormecida acordou de novo e bem ferida.

Feliz 2013.