23 de janeiro de 2009

Saudade

- Ai ai ai, por que arde?
- Não sei! Tentou assoprar?
- O ar não chega.
- E se eu assoprar pra você?
- Não é suspirar.
- E se eu suspirar?
- Vai arder mais.
- E se eu não suspirar?
- Vai machucar.
- Que faço então?
- Fica aqui.
- Posso grudar?
- Aí cura.

22 de janeiro de 2009

Para ti, Paraty


É de lá sim,
De lá vem tudo pra mim.
Mesmo em repetência.
   
Bate a brisa que sussura
Que castiga
Me arrebenta.
   
Mas faz um bem
De explosão de cultura
Pra trucidar a amargura
Pra me fazer alguém.
Foto por: Natália Facchini

Começo



   Isso é começo e me atrapalha um tanto por ter medo da internet. Não do bicho em si mas dos bichos envolvidos. Me assusta e interrompe as coisas que me queriam fluir sem parar, como o fato de que queria dizer que perdi o fundamento do que vim fazer, além de ter perdido também fundamentos que nada tinham a ver com o que se lê agora mas que remexem lembranças ardidas.
   Não sossego, é isso que por enquanto me parece ser o único fato confiável de enlouquecer, por simplesmente ler dor com uma paisagem carinhosa de fundo e me intrigar com os desleixos de mim mesma. Afinal, é impossível o ruim no bom e vice-versa.
E se por acaso ainda assim eu não te fizer sentido, deixa. Sou imensa demais pra mim e pequena demais pro que me exijo.

Boa noite.
Foto por: Mayara Facchini (timer)