25 de agosto de 2010

Aguardo

   Eu estou a esperar que meus frios na barriga voltem. Sem eles sinto que não estou aqui e portanto oca. Sem, é claro, ser oca de verdade, já que não se retira de dentro o que uma vez já entrou.
   A vida marca, queima, deixa. Eu por enquanto guardo começos de textos e palavras que saíram sem se combinar. Eles virão depois, e virão bonitos em papel e capa.
   Por isso aguardo. Aguardo que enlouqueça a mim mesma pra poder finalmente sair de mim.
   Eu descobri que pra sentir a vida a gente precisa amar, até sufocar o estômago de medo do mergulho no abismo que amar significa.