19 de fevereiro de 2009

Um presente

   Hoje sim. Bom saber da amiga que existe em mim. É simples como uma rua vazia, porém com tanto silêncio dito. Temos, cada uma, um pincel macio nas mãos, e com ele um apartamento bem produzido com estampas. E música. Nossa música, aguda na cabeça ou no nariz. Impessam-nos então aqueles que julgarem que este canto não sai bem. Continuaremos dançando nas flores de sonho, enquanto dirigimos um carro de banheira! Com o vento nos cabelos além das gargalhadas histéricas vindas do rádio. Do rádio?
   Promete só que não vira água, isso escorre muito fácil das mãos e eu proponho uma parede construída de lápis de cor! Se hoje eu decidisse não guardar nenhum segredo, eu diria apenas que sua máscara sai pra mim. E que nossa varanda tem vista pra Paraty.
   São dois pequenos parágrafos com gosto de "maraculê cum já", mas só você sabe o gosto de bar sem testa que isso tem.

Adriana Adriana Adriana Andrade. Você me resconstitui, AMIGA.

17 de fevereiro de 2009

Sentido da fada


   Confesso não saber bem o que existe hoje. Não em mim. E talvez também não lá fora. Não ouço os barulhos. E apesar disso qualquer volume acima do comum me afeta com intensidade de arder. Socorro!! Meu canto também não sai. Vai ver morri. Vai ver gastei choros e risos demais. Enfim pra que isso que digo tem uso? Se é que é real o que digo. Não pense que faço minhas palavras saírem pra te fazer fantasiar. O que digo me acontece, é isso. É que dizer suaviza a maluquice. É quase como comer chocolate.
   Comprei-me um caderno extra, achei pouco os que tinha por aqui e coloquei-o na bolsa. Quero vomitar dizeres o dia inteiro e quando sento pra recolhê-los, nada. Melhor então tomar conta. Meu grande pequeno dilema de hoje foi que com dois cadernos na mão na hora da aula me perdi, e não sabia qual usar. Perfeccionismo é desgastante. Quis me guardar em uma folha pra tentar recuperar algum sentido mais tarde e acabei incapaz de entendimento de mim. O que já é rotina.
   Ai! Separei tópicos pra hoje me despir do que me atrapalha, e lá se foram todos. Lembro apenas que faziam relação com formas doces do que me compõe. Ou talvez nem tão doces assim. Por fim gostaria apenas de me relembrar, anotando aqui, que eu costumava acreditar em fadas.

   Boa noite.
Foto por: Mayara Facchini (timer)

12 de fevereiro de 2009

Sonho 30 e 4

 Vou te contar sobre um sonho que tive essa noite. Foi extenso. Nem sei se foi porque dormi mais cedo. Mas estávamos em um grupo grande na cidade que me dá saudade. Tão real que eu podia ouvir meus próprios pensamentos. Quando dei por mim estava dentro de um carro, com os pais dele. Quem? Só importa a mim. Me contavam histórias, e eu conhecia tão pouco daquele sorriso tímido. Na verdade também pouco sabia quem eram seus pais. Mas estava a passear com eles. A neve, que também nunca me foi apresentada, caía lá fora enquanto a carona chegava ao fim. Sem frio. Apenas gostosas gargalhadas.
   Fui dormir e sonhei dentro de meu próprio sonho. Logo que acordei pela segunda vez, aqui em São Paulo, achei o ocorrido fantástico. Mas ao despertar e continuar dormindo em outro país, sorri sem força para abrir os olhos e logo estendi a mão ao telefone. Penso que todos algum dia já passaram pela sensação de não saber se sonharam ou se o que tinham em mente era lembrança de realidade. Pois bem era lembrança de realidade. Mas dentro do sonho. E como vêem até meus sonhos fazem graça comigo.
   30 de janeiro, foi essa a data que informei, ele assustado perguntou se não era essa minha data de retorno ao Brasil.
- Perdi meu vôo.
   
   
E pra quem tem mais informações digo que desta vez era 30 de janeiro. Mas que da última vez foi 4 de abril.

9 de fevereiro de 2009

Mi


   Estava dentro de um ônibus. Estava, estava sim. Eu sabia. Mas naquela sensação de não existir, como se nada, por mais ativo que fosse, tivesse vida. Ouvia meu nome, e perguntas. Respondia-as por impulso sem dar muita atenção ao que era dito. Desculpem.
   É que ando numa aflição tão grande de não sentir, que sufoco. E suspiro algum alivia. Na verdade, que suspiro? Não sinto nada, e isso não é de mim. Sinto demais e digo isso com sinceridade aguda. Não me aprovem, muito menos tentem me bajular. Ando com os nervos à flor da pele , e digo até que a flor já virou espinho. Não me faça graça. Vai ver que cansei das conquistas, perdi a doçura da subjetividade de um elogio. Soaria prepotência demais afirmar que estou completa por estar incompleta? Oras, silêncio. Estou quieta. E pretendo continuar no sossego.
   Passe cá meu violão, ou outro qualquer. Mas não espere que te mostre bom som. Toque a sexta corda incessantemente. Sente-se distante? É, são meus ouvidos.
Foto por: Hilton Facchini

8 de fevereiro de 2009

Cheesecake de domingo

 Conflito com o que está querendo sair de mim. Ou na verdade querendo ficar. É um querer de sim e não ao mesmo tempo, pode? Não consigo. Venha vida. Por favor. Traz pra mim de volta o que te pedi, ou traz um novo de novo. Suspiro ardido. Acho que, talvez na verdade, eu precise é dormir. Boa tentativa encobrir tudo com sono? Não acham? Pois bem é isso que faço e não faço. Escrevo, canto, pinto, toco violão, danço, caminho até que minhas pernas doam. Mas não corro. Saio e volto pra casa, vou pra aula, e rio, ai de mim como rio, a ponto quase de cair das escadas com tanta falta de ar. Estou suja de tinta no momento. Camisola verde limão e cabelos despenteados. Tento vencer a velocidade do mundo com meu nada. Desliguei a música.
   Meu tempo parada é aqui. E nem assim paro, alguém por favor me cala? Ou pelo menos me ocupa. Cada segundo em silêncio é meu desespero de precipício. E eu não quero mais me perder por aqui. Esse sol de domingo está me ofuscando. E que raios foi que sonhou com a personagem de filme?
   Vou aprender a fazer chessecake. Boa tarde.

5 de fevereiro de 2009

Medo

 Antes de começar, por favor, preciso explicar a mim e a vocês, que na verdade é apenas um, que costumo fazer isso com uma naturalidade descomunal, vou desembestando a desenhar as palavras como se estivesse penteando os cabelos. Mas vai ver que como ultimamente tenho usado os cabelos despenteados me perdi. E estou cheia de nós. Penso que já era para estar arrumada a essa altura do desejo de dizer coisas. Afinal sei que meu medo te deixa sem graça. E sinto em dizer que gosto do escorpião-panda. Mas só porque dentro do meu personagem, ele me faz segura. Mas o que é isso que digo? Non sense. Perdi os sentidos. Deixe-me retomar.
   Gosto de perfumes. Era isso que vim dizer, que tenho tanta afeição por isso que costumo senti-los mesmo quando não estão por perto. Acredite. No melhor estilo grama molhada com lembranças de verões. Mas ando interessada em essências que não me foram apresentadas ainda. O cheiro de dormir encostada em um leão bem grande e perigoso me atraí. Acho que aprendi a gostar de medo. E não foi com o escorpião-panda.
   Isso. Não vim tratar de perfumes, vim falar que não sei mais como se diz o que queria dizer. Que perdi meu dom. Ou que me tomaram. A grande estranheza é a saudade ardida no peito. É que simplesmente estar tentada com apoios fraternais aumenta a vontade insolúvel. O medo é meu perigo. Mas acho que permitirei com um proibido. E se eu morrer de segredo? Que morramos.
   Peço silêncio a vocês todos, por favor. Não quis me dizer com sentidos. Não hoje. Só por hoje, exilem alguns por quês.

   

4 de fevereiro de 2009

A graça da bala



   Ri sozinha. Peguei-me fuçando coisas. Não deveria? Pois bem, eu digo que sim. Afinal ele me interessa. E acho graça de estar "undercovered". E é gostoso como se tivesse 13 anos outra vez. Vou mudar de assunto pra evitar suspeitas e suspeitem aqueles que já suspeitam ou não. E afirmem a si por favor aqueles que já foram afirmados por mim. Ou melhor, aquelas. Os que não sabem de nada por favor riam. Já viram isso. Aqui e no espelho. E nas irmãs mais novas.
   Mas, indo ao ponto de qual eu deveria ter partido, eu bisbilhotei! Hahaha vi coisas. E ri, mas isso eu também já disse que fiz. Volto. A graça é ele não saber que eu sei do já sabido. E que frustante esse bicho que não me deixa dizer mais! É lógico que quero dizer, meu coração até esfria com o estômago inquieto, como uma criança que encontrou uma bala por aí. Bom, mas a bala é minha. E como eu já disse a graça está em ele não saber. Não tem fim, desculpem. Mas assim faço meu sentimento render.
Foto por: Natália Facchini

1 de fevereiro de 2009

Voz que não se escuta mais

 Dói. Dói sim. Mas não sei porque dói. Não era perto, era de longe, mas era de conhecer. E isso falha. Me deixa boba e frágil. Perco o embalo. Breco. Tudo continua correndo e ai como meu peito arde. E você pare já com isso! Não pense que é dor de amor. Dor de amor leva, mas sempre traz mais. O problema é que dor de morte breca. Interrompe tudo. Fica difícil sorrir, mesmo com o melhor agrado. Moço escute!!! Não era de perto. Era de conhecer!!! E ai ai ai por quê? E a voz que não se escuta mais, e a falta que faz... Traz de volta?? Suplico. Meus joelhos doem. Dou um soco na parede. A raiva me toma e a mão nem se incomoda. Ela aceita a situação de ser válvula de escape. Coitada, coitada, coitada da irmã que chora, que implora que agarra o perfume ainda em cima da cômoda. Que troca de cama, que grita e grita! BERRA! Menos um prato na mesa dói e mata o coração da mãe. Ai moço volta... Vem cá e escreve pra mim teus planos de jovem que sonha sem saber que o mundo engana. E deita de novo na sua cama. Não sei.. mas de repente assim... todo mundo volta a dormir bem.