15 de abril de 2009

Alice precisa

   Sair pela porta de trás não existe. Vai fazer o que com o branco? Chamá-la-ei de Alice, porque quem sabe do que se trata também sabe que ela está no caminho para existir. Porém se a pego cantando, mato-a. Não é dia de cantarolar - eu disse a menina. Há novos contos não contados nas ruínas, pergunte ao moço. Almoço. Hora boa de relembrar que seu pai não lhe inventou um sobrenome. Casar.
   Por entre os fios bagunçados dos cabelos, grama. Não me culpe, sei só que ela gosta de correr. O felpudo verde é quem permite. Curtas pernas finas enroladas em vestido branco de alcinha. Ela então se senta no muro destruído de tijolos e desliza as unhas roídas. Por que não são vermelhos? Vai atrás da formiga.

   O antes é tão pouco que quase não deixei a moça nascer. Mas, a porta de trás. Há porta de trás.
Foto por: Fernando Borges

3 comentários:

  1. *-*

    adoro como vc escreve May.

    ResponderExcluir
  2. Má... mto bom. Por mim vc escrevia sobre várias das fotos que eu postei/postarei e fazia uma coletânea chamada Impressões do Líbano por alguém que não esteve lá, ou algo do gênero....

    ResponderExcluir
  3. Eu preciso.

    Gostei da ideia do Créd! Q lindo...
    mas pode colocar uma casinha de chocolate num sorvete de pistache nos seus contos? (risos)

    Me encantam teus desenhos...não sei porque...

    Acho que é por isso que é arte...

    ResponderExcluir