Estava dentro de um ônibus. Estava, estava sim. Eu sabia. Mas naquela sensação de não existir, como se nada, por mais ativo que fosse, tivesse vida. Ouvia meu nome, e perguntas. Respondia-as por impulso sem dar muita atenção ao que era dito. Desculpem.
É que ando numa aflição tão grande de não sentir, que sufoco. E suspiro algum alivia. Na verdade, que suspiro? Não sinto nada, e isso não é de mim. Sinto demais e digo isso com sinceridade aguda. Não me aprovem, muito menos tentem me bajular. Ando com os nervos à flor da pele , e digo até que a flor já virou espinho. Não me faça graça. Vai ver que cansei das conquistas, perdi a doçura da subjetividade de um elogio. Soaria prepotência demais afirmar que estou completa por estar incompleta? Oras, silêncio. Estou quieta. E pretendo continuar no sossego.
Passe cá meu violão, ou outro qualquer. Mas não espere que te mostre bom som. Toque a sexta corda incessantemente. Sente-se distante? É, são meus ouvidos.
Foto por: Hilton Facchini
Se vc tivesse pegado meu violão, seu poema-em-prosa se chamaria Ré...
ResponderExcluirSeria mais grave...