A morte tem dormido na minha cama. Fica ali ao meu lado sentada durante a noite. Não me preocupo. Ela não veio me buscar, e na verdade não creio que esteja esperando por alguém que me cerca. Pelo menos não tão cedo, pelo menos não tão logo. Eu espero.
Está ali, muda. Como que para me dizer coisas no silêncio. E como ainda não me ensinaram essa língua, transformo tudo em choro, em rímel borrado no travesseiro. De forma a tornar visíveis as lágrimas que morreram.
Ela veio pra levar de mim algo, e o que é não descubro. Sei apenas que enquanto me observa chorar expremida, deixa um perfume de medo, uma carícia invisível que toma conta de todo meu quarto quase escuro.
Ela veio por alguém, e quase como um demônio do medo, está me rondando pra saber por quem.
Morte, eu suplico que não me condene ao meu maior medo: não tire ninguém de mim.
Nossa, faz tempo que eu não comento,né? Engraçado que essa madrugada cheguei a rascunhar algumas linhas também, mas sou menos determinada que vc.
ResponderExcluirTá escrevendo diferente, mas eu ainda gosto muito!
Essa sensação é bastante comum quando grandes decisões começam a fazer parte do cotidiano. Eu ainda choro muito pra morte não levar minha infância e nem minha adolescência. Não tirar essa sensação gostosa que dá em não ser importante. Essas delícias que eu não sei se poderei saborear no mundo adulto. Não sei. A morte bate na minha porta, mas eu ainda gosto de conversar sobre música com uma criança de sete anos.
Mas vc é diferente. É menina mulher, por mais que cresça, ama ser mulher. Eu não, eu amo ser criança antes de tudo.
beijo
Eu poderia citar Clarice Lispector quando ela diz "que não suporta perder ninguém que ela goste sem que ela se perca também".
ResponderExcluirMe sinto algumas vezes assim e sentado na cama as lágrimas rolam e rolam.
Parabéns pelo blog, pelo livro (vc lançou um não foi?!).
beijos!
www.blogdaesfinge.blogspot.com
Olá! tudo bem? vim lhe agradecer seu comentário em meu myspace. faz MUITO tempo que não posto nada por lá.
ResponderExcluire bom que vc tem um blog, vou ler com bastante calma.
e sim, fui eu quem fez toda a música: letra e gravei todos os instrumentos..
obrigado mesmo pela visita
Marcelo Mayer
o rímel que pinta o choro e mascara a face.
ResponderExcluirincolor não mais que isso, lagrima cor de água
e está novamente chamando morte-choro no negrume.