20 de maio de 2009

Vidas de cama

   Voltei pra minha rotina. Sempre me liquidam as aulas que falam demais. Costumo ouvir o que não deveria. Histórias dão conforto. Isso, isso, é claro que isso. Mas já sabia, não. Se eu fugisse de como usualmente digo as coisas talvez eu pudesse gostar um pouco mais do que às vezes quero dizer, mas é que pra mim chega. Não aguento um pingo a mais e vou deixar pra lá. Toc toc? A essa hora da madrugada? Aaah, é mentira minha. Mas é mentira de mim pra mim.
   Tenho essa repetição maldita que me ocorre todas as noites desde que me lembro ser. Refaço meus dias na cabeça com muita cinematografia. Essa palavra existe? Pois bem, já fui famosa antes de dormir. A cantora mais doce e não chata do mundo. Uma super escritora que vive de ganhar dinheiro com essa junção de caracteres prazerosos e dignos de artesanato. Já fui bem magra em capa de revista. Já fui gênia do século, mestra em dores de aflição de peito. Já fui a pessoa mais sábia do planeta. Também já fui a editora chefe de muitos departamentos de livros infantis. E também já fui muito amada, (isso costumeiramente não sairia de mim por pudor) mas por muitos e muitos homens. Mesmo. Geralmente todas mins moram no mesmo apartamento arquietado há anos (bem pequeno, de dois quartos, um desses todo pra música e artesanato, cores e antiguidades) e por ironia tem aquele amor companheiro, bobo, admirado e apaixonado de vida inteira. De verdade? Cabe tanta gente e coisa na minha cama.
   Insônia. Eu só quero, e quero muito de tudo que venho rascunhando pra mim. De qualquer um dos rascunhos espalhados. Chega de morrer por correr com pressa atrás. Eu não vou mais. Até segunda ordem de mim pra mim. 
   A verdade é que a persistência desaba quando não se tem mais motivo pra sair dessa cama. Ou?

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Um comentário:

  1. hahahaha Pensei que fosse só eu que imaginava esse tipo de coisa...quando estou sozinha em casa, sou a melhor dançarina de todos os tempos, e todos ficam de boca aberta quando começo a dançar, mesmo que sejam apenas paredes. Juro que elas aplaudem!

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