13 de maio de 2009

Sozinha

   Eu vou sair daqui. E vou comer. E vou andar apressada até o metrô quase tropeçando em mim mesma porque essa cidade me fez assim, não porque estou atrasada. Mas principalmente porque eu não gosto de lerdeza e enfureço até a última gota da minha alma quando enfio os pés pelas mãos. Na verdade ontem disseram tanto sobre como se é, que eu quase acreditei ser tudo uma questão de criação e vontade. E nessa brincadeira de mentir, transformei aflição em dor de barriga de rir de algo que no fundo não era tão altamente gargalhante assim. A música não pode parar agora (e isso não é uma metáfora para parodiar "the show must go on" é apenas o som mesmo que se me for desligado quebrará o que estou segurando).
   Enquanto estiver no barulho eu vou andar correndo, e vou sorrir sozinha por olhar as ações dos desconhecidos existentes no mesmo local que me encontro. A feição das pessoas que lêem na rua é algo delicioso. Vou observar (ou observarei pra quem quiser privar o correto) o sol laranja que machuca minha vista quase toda tarde. Estarei atenta à placas de carro porque me divertem no trânsito e empurrarei empurrada a multidão toda.
   Eu faço sozinha, e sempre me dobro. Eu. Eu eu. 
   Esse blog é puro egocentrismo.

2 comentários:

  1. Digamos apenas que, temos um "eu lírico" bastante apurado.


    Tem tanta gente sozinha...

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  2. Não sei onde li esta frase, mas a repasso para você: "Estamos no mesmo barco, pequena, loira e gostosa vaca." Ou foi algo assim...

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